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24 Horas Portugal 2016


Hobalhamadeus, que é isto?

Sexta-feira de trabalho e o pensamento a mais de 300 kms de distância...estava a ver que a hora de saída estava parada desde a manhã…olhava e olhava e tornava a olhar e só passava um minuto de cada vez. E eu a querer despachar-me para sair de casa pelas 18:30 a caminho de Vale de Cambra.

Vai com a pressa e mais pressa lá chegou a hora de sair e de tomar banho e de conversar com um ou dois amigos de trabalho e tumba…resultado…chego a casa notei que me faltavam os óculos (pitosguices da idade). Pronto, tenho muito que conduzir e de noite e sem os óculos. Ficaram a descansar no meu trabalho até terça feira…descansaram mais que eu hahahaha.

Sacos e malas encafuados no porta bagagens e lá vou eu (sem óculos) e a minha mulher a caminho do meu futuro empeno, eram cerca de 19:40.

Sem percalços e um pouco ansioso com o pé no acelerador, mas sempre cumpridor das regras de trânsito,…acho…chego à residencial pelas 22 horas. Bagagens largadas no quarto e vamos comer alguma coisa e visitar o parque da cidade. A malta da organização estava atarefada com os últimos pormenores…meia dúzia de fotos tiradas e fomos descansar…

Sábado de manhã saímos da residencial e levamos as traquitanas todas para o carro e fomos descansadamente tomar o pequeno almoço…

Parque urbano da Cidade…já bem movimentado pelas 9:20 da manhã. Uma espécie de Woodstock na sua versão desportiva, mas talvez até mais próximo do original que se pense pois para além da música em permanência de vez em quando em certos locais do percurso vinha-me cá um cheirinho a “rosmaninho” hahaha.

Levanto o kit de atleta e disponho-me a montar a tenda com a minha mulher…mais uma aventura. Era nova e ainda não a tinha experimentado…é verdade fartei-me de transpirar logo ali, que belo aquecimento. Não bastava já o sol que queimava bem aquela hora.

Sorridente e bem disposto vejo aproximar do meu amigo João Félix. Cumprimentos da ordem e palavra aqui e outra acolá montamos as tendas e fomos beber um café para depois nos equiparmos. Mais foto aqui e ali e dispusemo-nos junto à grelha de partida para ouvirmos o briefing e nos concentramos para dar às pernas.

Eram muitas as caras conhecidas do munda da corrida…Flor Madureira, João Oliveira, Elena Labanji, Analice Silva, Orlando Duarte, João Meixedo entre tantas caras conhecidas. Segundo disseram cerca de 80% eram caras repetidas da edição anterior…

Iniciamos a prova debaixo de um generoso e quente sol, mas toda a gente com muita confiança e alegria…

Lá sigo eu todo confiante num passinho de trote, preparadíssimo psicologicamente. À medida que vou progredindo nas voltas sinto correntes de ar “à minha beira”…claro, eram nada mais nada menos que os outros atletas a ultrapassarem-me hahaha

Faço uma primeira tranche de 30 km em cerca de 3 horas e paro para uma sopa breve e uma mini…sigo logo de seguida para mais uns 19 km e começo a sentir algum peso do cansaço, mas nada de importante…mais uma pausa e mais uma sopa e sobremesa e sandes e café e outra mini…e eu que nem aprecio cerveja… Aqui já descanso mais tempo e converso com a minha mulher e outros amigos que também estavam a fazer o mesmo…

Aproximadamente de duas em duas voltas pausava no abastecimento da pista para beber água, isotónico, aletria, melancia, marmelada, laranja e batata frita e não necessariamente por esta ordem…

Siga para mais um apontamento de 15 km novo descanso e outro mais de 17 km onde sento a conversar com o meu amigo Sérgio Batalha e minha esposa, tinha cerca de 81 km feitos e continuava confiante. Conversa puxa conversa e brincadeira aqui e acolá começo a ver uns espetaculares pontos brancos a pairaram à minha volta e uns arrepios nas costas…baixo a cabeça um pouco e peço à minha esposa que vá à tenda buscar uma barra de ultra nougat mel e um ultra gel 700 expresso…um pouco de descanso com as pernas levantadas e fiquei quase como novo. Só que ainda comi um prato de massas e estiquei-me 45 minutos… fiquei bem e voltei à carga…mais 21,5 km seguidos.

Já com a claridade no ar volto a fazer as minhas últimas tranches da prova…8,6 km, 10,70 km e finalmente 10,60 km…

Muitas sopas de legumes eu comi durante a prova, massas com carne picada, chá, café, Coca-Cola, cerveja, melancia, marmelada, leite creme, aletria, sandes, laranjas, maças…eu sei lá mais o quê. Às páginas tantas estava tão enjoado com aquelas comidas que nem vontade tinha de comer nada, só líquidos…mas pronto kms e kms corridos e uns poucos a caminhar a 10 o km…lá terminei cansado, dorido, desgastado, mas feliz e já a pensar na estratégia para o próximo ano…sim, sim, próximo ano. Pois se este ano fiz 132 km, o objetivo mínimo para 2017 será de 133 km.

É uma sensação de grandiosidade ao terminar e sentir o calor dos aplausos dos amigos e espetadores e a minha esposa com uma lagrimita no canto do olho para me receber…lindo!

Parece que a tareia que levei não foi suficiente para me desmoralizar. Acho que até me moralizou mais e muito mais!

É isto que eu gosto de fazer e na companhia da família e inúmeros amigos tudo se torna mais fácil!

É claro que o profissionalismo da organização elevou este evento a um nível bem superior ao ano anterior e não será de mais afirmar antecipadamente que a organização das 24 Horas Portugal 2017 na sua futura 4ª edição será a um nível muito superior! E podem contar com a minha presença sem sombra de dúvida!

Agora é restabelecer forças e voltar a treinar que domingo próximo já tenho os 35K do Trilho das Dores nas Abitureiras…

Hobalhamadeus, que é isto?

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