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VIII Trilhos do Almourol 2017


Hobalhamadeus, que é isto?

O que quer que seja que diga desta prova nunca será tão verdade como estando efetivamente lá.

É uma prova bonita? É! Tem trilhos espetaculares, corríveis e tropeçáveis? Sim tem! Corremos na margem do Tejo, Zêzere e Nabão? Sim corremos! A prova vale o empeno? Sem dúvida!

Com tanta pergunta e resposta o melhor será mesmo começar pelo princípio...Once upon a time...

Dia 2 de Abril, dia da verdade, acordo num típico estilo zumbi às 5 da matina. Fónix, tenho de me despachar, vamos lá a isto...upa, upa, upa...

Com os pertences previsíveis para logisticamente me acompanharem no pré, durante e pós prova já arranjadinhos desde o dia anterior faço o que tenho a fazer para sair de casa cerca das 6 horas (com 6 graus na rua) para ir ter com o Rui Pereira que me acompanharia até ao Entroncamento. Com um ligeiro atraso (meu) embarcamos rumo à terra dos fenómenos onde chegamos às 7 horas.

Fomos levantar os dorsais e entre cumprimentos com pessoal amigo lá nos equipámos e preparámo-nos psicologicamente para a tarefa a cumprir hehehe

Encontro logo o meu amigo Selfieman David Clemente, o Gonçalo Lopes, o Miguel Plácido, o Tó Serrão e a Teresa Bemfeita. Trocámos meia dúzia de palavras e cada um foi tratar de si...

Aproximou-se as 7:45 e um magote de gentes de todas as cores, fardas atléticas, credos, feitios e cheiros (de pomadas e cremes era um mundo...) juntam-se à saída do Pavilhão do Entroncamento para a romaria de mais de 1 km em conjunto para a estação de comboios onde um comboio de várias carruagens nos esperava para nos levar tranquilamente para o apeadeiro do Almourol onde ainda encontro o meu amigo Rui Coutinho. Andamos cerca de 1 km até ao local de partida, foi uma espécie de caminhada repartida para servir de aquecimento, e então se não estava bem fresco de manhã...ui ui...

Aqui ainda cumprimento o meu amigo Manuel Vitorino uns minutos antes da partida...

E pronto lá se deu a partida e eu lá vou tranquilamente a correr com a minha perna esquerda enfaixada devido a uma lesão arranjada pelo esforço das últimas provas e carga a mais entre elas (ainda penso que sou um super homem...hobalhamadeus)... Até aos 7 kilómetros vou com algum receio, mas a perna aguentou bem e só a partir daí começou a despertar com umas dores até aos 15km para melhorar até aos 25 km, as mesmas dores que mais intensamente me atacaram até aos 35 km. Curiosamente apartir daqui deixei de sentir dores na perna, ou já sentia em todo o lado que as da pernas ficaram camufladas...hahaha

Foi uma prova a gerir o esforço para não abusar...

Agora, para além da minha condição física, a prova foi espetacular! Imperaram uma boa quantidade de trilhos novos e outros que já fizeram parte da prova do ano anterior, bonitas paisagens nesta manhã primaveril. O calor apertou é verdade, mas sempre com a mente focada a sentir cada bocadinho de trilho e abarcar a natureza envolvente, quase que nem se notou. Não fosse o olhar ao espelho no fim e ver o belo do bronze na cabeça e pescoço hahaha. Está quase na altura onde se despe a t-shirt e ficamos com outra branca por baixo...

Com esta coisa toda e por entre os abastecimentos, onde até num deles havia porco assado no espeto, à semelhança do ano anterior, ainda bebi 4 minis Sagres para me ir hidratando, umas águas, isotónicos, sandes com chouriço, bolos, marmelada e chocolate negro...até havia muito mais coisas, mas não quis... Eu que nem bebo cerveja fora de provas, souberam-me que nem "ginjas" hahahah

Às tantas, depois de muito tropeçar pelos trilhos (e juro que as minis não tiveram nada a ver com isso, as pernas é que já só levantavam em pensamento hehehe), de muito praguejar na natureza, de muito palmilhar com dores e sem dores, chego ao último abastecimento (e última mini) e dizem-me que só faltam 6 km... Creio que aqui já tinha entrado nos trilhos do Bonito-Barroca, que se destacam pela espetacularidade...muito agradáveis mesmo de correr.

Para além de todos os single tracks que acompanharam as margens dos rios e para mais além, dos quais eu adorei, pois é neles que me sinto bem e feliz. Todo o percurso foi muito bom, ainda com o destaque para a partida junto ao Castelo do Almourol.

Toda a organização, apoiantes, voluntários estiveram em grande nível, tanto no trato como na simpatia como no rápido atendimento e sempre de sorriso na cara. Dá gosto sentir esta "família" dos trilhos!

Um pouco antes de entrar no parque do Bonito, numa travessia de estrada diz um voluntário a mim. "Forço amigo só faltam 1200 mts" e eu logo na defensiva pois eu tinha a noção que o percurso seriam pelo menos 43 km e tinha pouco mais de 40 feitos...mais à frente noutro voluntário diz que só faltam 2 km. E eu: "mau, então estamos a andar para trás? hahaha" E o curioso é que logo de seguida ao entrar mesmo no parque do Bonito outro ainda me diz que faltam 800 mts e eu conhecendo já a distância que me faltava multiplico logo por dois hahahah

Resumidamente foi uma prova que mais uma vez adorei! Com menos água e menos lama e muito mais calor, mas com renovados trilhos e num percurso um pouco diferente lá terminei os 43,600 km em 5h48m com a perna a dar de si novamente.

Aproveitei o tempo pós prova para ir às massagens e me "endireirarem" as pernas. Saí de lá "quase" novo, quer dizer que saí de lá usado e bem usado...levei cá uma tareia hahahaha, mas fizeram-me muito bem!

Hobalhamadeus...

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