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BMW ACF Santarém Trail 2018


Hobalhamadeus, que é isto?

Dia 6 de maio, um belo dia de primavera a rondar o verão com sol e calor. Dia da prova BMW ACF Santarém Trail.

Como a prova era pertinho de casa não foi preciso sair muito cedo, bastou estar em Santarém às 8 e pouco para poder levantar o dorsal, o qual era efetuado no local do Mercado Municipal. Estaciono com facilidade junto ao Mercado e ao levantar o dorsal vejo logo o meu amigo David Clemente.

Levo o carro para o local de estacionamento indicado que era nas duas paradas militares na antiga Escola Prática de Cavalaria. Chegado aqui já eu estava cheio de calor e adivinhava o dia muito pouco fresco hehehe. Dou logo de caras com o Joel Simões, o Miguel Pereira, a Ana Marques, o Luis Silva e mais uma série de amigos que costumamos nos encontrar neste corrupio das corridas por aqui e por ali...

Equipo-me e lá vamos todos numa ativa cavaqueira pela descida até ao local de partida e chegado e onde teríamos de levantar o chip da Offcrono. Eu pessoalmente não sou muito adepto destes chips, mas pelo menos ficamos com uma pulseira da "moda" até acabar a prova hahahah

Lá em baixo vejo muitos mais amigos, o Omar Garcia, a Patrícia Póvoa, o Mário Rosa, a Lina Mateus, o Paulo Roque, o Tó Serrão, o Rui Brilhante, o Pedro Silva, o Alexandre Fonseca, a Sophie Alexandra e muitos e muitos mais que agora nem me ocorre os nomes. Mais parecia um encontro dos amigos dos trilhos hahahah. (O que não deixa de ser verdade).

Entre o aquecimento, o subir e descer as rampas dominantes na zona, chega a hora de iniciar a corrida. Entro na box e vejo o Jorge Ferreira, também da minha equipa que nem sabia que ele ia.

Chegam as 9h30m, hora de início da prova, e o sol já começava a derreter os neurónios da malta. Como estou mais ou menos à sombra pareço sei lá o quê com o corpo meio ao sol e a cabeça de lado para apanhar a sombra hahahaha

Partida!...

Para que a coisa não desmoralizasse deu-se um início sempre a subir que até a língua ficou de fora...fónix. E quando não era a subir era a descer. Se uma pessoa seguisse o gráfico da altimetria com a cabeça de certeza que ficaria com uma bela dor de pescoço, parecia a dentadura de um tubarão...e que tubarão...ai ui ai ui...

Aos 5 km já tínhamos 360 D+ e um calor abrasador a cair pelas encostas de Santarém o que me levou a refletir se não teria levado muito pouca hidratação, apenas um soft flask de 250 ml com tailwind, mas no fim revelou-se mais que suficiente pois pouco bebi e recompletei nos dois abastecimentos. Sei sim que houve atletas que se sentiram mal durante a prova tendo de desistir e um pelo menos teve de ser deslocado ao hospital com desidratação. Pois apesar de ingerir muita água não incluíu os sais essenciais.

Aos 6 km estava eu numa descida corrível, mas com muitos buracos tapado pelas ervas e dei por mim a pensar: - Se a malta lá atrás não toma cuidado ainda torce aqui um pé e cai.

Pummmpaaa, nem tinha acabado de formular a frase em pensamento já o meu pé esquerdo tinha visitado um desses tão afamados buracos e desnorteado o rumo que levava estalando e levando a que eu gritasse: Aiiii fo#$%#&-se, não pode ser. Mas foi e doeu! Como num desenho animado e tendo ido ligeiramente ao chão levanto-me em prontidão olhando em redor para saber se alguém tinha visto hahahah e penso: estou bem, estou bem. E lá fui eu mancando durante cerca de 1 km até estabilizar o andamento...sim, andamento, porque corrida era bem pouca hahaha.

Às tantas passa um atleta por mim e cumprimenta-me e eu olho para ele e quase não o conhecia pela barba crescida e pela particularidade que nós todos temos durante uma prova onde as nossas feições se alteram como se estivéssemos numa metamorfose desenfreada...era o meu amigo Miguel Gameiro. Ainda fomos mais ou menos na conversa um bocadinho, entre as subidas e os ais, as descidas e os uis e ora passo eu ora passa ele até que num momento de distração passamos num local de desvio e indo no automático, não fosse eu levantar o olhar do chão e olhar para o lado também teria seguido em frente. Assobio para os atletas em frente e digo que era para a direita. (Fazia falta ali um elemento da organização...estava, mas mais de 100 mts à frente o que induzia em erro). Lá seguimos para mais uns belos sobe e desce constante. A uns 3 ou 4 km do final encontro o Rui Brilhante, ou melhor, ele encontra-me pois eu já ia todo esganado e acabamos por conversamos um bocadinho incentivando-me a continuar.

O engraçado disto tudo é que no meio de tantas sudidas e descidas ainda apanhamos uns bons declives. A grande maioria rondava entre os 20 e 25%, mas algumas chegaram a 38% de declive e numa delas estava eu com um pé no ar para tentar avançar, mas a força da gravidade puxava o pé para trás e oiço alguém dizer que se encostarem a ele cai logo para trás...e eu, bolas...tenho mesmo de subir hehehe, a custo, é claro!

Na parte final vejo já a rede do Quartel e quase o portão de entrada na subida, mas...mas...só o pessoal da caminhada ia por aí, nós do trail ainda cortamos à direita e descemos um pouco para fazer mais duas belas subidas e mais um posto de controlo e escadas e mais ais e uis e fónix que nunca mais acabava...até finalmente começarmos a descer junto à rede novamente, mas da parte de dentro, vendo o pessoal da caminhada e alguns atletas que inadvertidamente deixaram de ver fitas e seguiram o pessoal da caminhada...acontece...

Corto a meta e finalmente descanso...a máquina de leitura do chip não funcionou com alguns atletas, eu inclusive e fui classificado manualmente tendo feito 15,800 km com 815 D+ em 2h19m18s ficando em 32º lugar da geral...terminaram 184, mas inscreveram-se 250.

O meu amigo e speaker Tó Serrão ao cortar a meta chamou-me para dar a minha opinião sobre a prova e entre uma respiração ainda ofegante lá disse umas coisitas que até ainda deu para promover o meu blogue "Hobalhamadeus".

Agora toca a comer laranjas e Ice Tea para repor energias e matar a sede.

Vou ao banho e depois recompleto com um belo almoço incluído na inscrição.

Prova dura, rápida (para alguns), bastante altimetria com muito calor, uma excelente organização e no geral bem marcada. Apenas a referir que deveriam de mudar a cor das fitas e das setas de mudança de direção e um ou outro ponto de marcação, mas de resto a todos os voluntários, organização, enxadas, motorroçadoras, suores, (muito) trabalho, aos escuteiros, aos Peace Makers de Santarém e ao meu amigo Rui Marçal que só o vi no final, os meus parabéns por este evento. E se para o ano que vem houver é mais que certo que lá estarei novamente!

Hobalhamadeus...

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